sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Eu sou o tempo



Ao tempo que tudo insiste e amola

As piores traças, um rápido tecer

De linhas e pinturas simplórias

Retrata a vida de um ínfimo ser


Nas mãos, marcas da mais pura verdade

O corpo denuncia traços de imperfeição

No todo, o que é belo em sua infinidade

Nos pés, a trajetória perfeita da razão


O que digo aqui não pode ser apenas visto

Como débeis mentiras, maiores desgraças

Porque até o sentimento mais nobre confisco


Ao tempo irredento que julga e passa

No mais belo pôr-do-sol ou no último suspiro

Que nem a vida, nem o homem e nem a morte escapa


E nem a velha esperança no infinito

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Sabe quando você está...



nnnnnCom aquele estúpido desejo de morrer? Com a sensação do fracasso, da derrota? Você sabe que vai passar... Que amanhã será um outo dia, que virá outras oportunidades. Mas também sabe que essa perda ficará marcada na sua mente até... sempre. Falhar consigo mesmo, quando não precisa dar satisfações pra ninugém, quando aquilo não irá atingir a ninguém, é bem mais fácil. Porém, como é quando se falha com todos? Quando se cai, na hora em que todos achavam que você estaria no topo? Quando vê que aquele seu projeto que parecia tão real que você quase o tocava, não será mais possível? Como é isso? Como é... Quando essas coisas acontecem, é difícil continuar sendo uma pessoa como eu, que acredita no destino. Que acredita que possa ter um motivo pelo qual isso aconteceu. Mas eu não posso deixar de acreditar que por trás de cada folha que cai tem uma razão para que ela caia! Se não há uma razão para a minha existência, por que eu existo? A única coisa que consigo sentir agora é a insignificância de minha vida. Sei lá. Sou importante para algumas pessoas. Mas o que eu represento para o mundo? Nada. É uma visão pessimista, eu sei. Mas é a única coisa que consigo sentir agora. Definitivamente.

Esses dias estavam maravilhosos. Estavam.
nnnnnnnnnn
Músicas para se ouvir: Until it Sleeps - Metallica
nnnnnnnnnnnnnnnnnnnnThe unnamed feeling - Metallica
nnnnnnnnnnnnnnnnnnnnFade to black - Metallica
nnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
Until it sleeps - nnnnnnnnnnnn"Where do I take this pain mine?
I run but it stays right by my side"
nnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
The unnamed feeling - nn" It comes alive, it comes alive, it comes alive
And I die a little more, It comes alive, it comes alive,
each moment here I die a little more...
I die... I die... I die little more...
The unnamed feeling
Comes alive
The unnamed feeling
Takes me away"
nnnnnnnnnnnnnnnnn
Fade to black -nnnnnnnnnnnnnnnn "Emptiness is filling me
To the point of agony
Growing darkness taking dawn
I was me, but now he's gone"

Apenas um pensamento

O mundo tem muito mais mistérios do que é capaz um homem entender.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Tecnologia x Ética



dngdgngEm 1938, foi descoberto o processo de fissão nuclear. Muito bem. Em 1969, durante a Guerra Fria, aconteceu a primeira ida do homem a Lua. Ótimo. Ano passado, todos vimos as pesquisas com células-tronco serem aprovadas pelo Congresso brasileiro. Até aí, maravilha. Mas claro, todos sabemos que a ciência nunca pára e nem descansa. Mesmo porque, este mundo em que vivemos nunca pára de nos surpreender com todas as suas possibilidades. É como aquele velho e abatido raciocínio sofista: “quanto mais queijo, mais buracos, logo quanto mais queijo, menos queijo”. Quanto mais conhecimento obtemos, mais lacunas aparecem, e mais dúvidas surgem. E naturalmente, a curiosidade humana não deixa por menos. Só que o problema não está em ser curioso e querer obter respostas. O problema está em tomar atitudes sem ao menos obtê-las.
bdbzdfdzA tecnologia certamente facilita nossa vida em espantosa proporção. E ela está tão bem infiltrada em nosso cotidiano, que nem mais percebemo-la como algo de extraordinário. A lâmpada, que seria uma maravilha no século XIX, ou o celular, que seria considerado bruxaria na Idade Média, é hoje algo tão comum quanto o ar ou a água. Isto tudo é bom, pode-se até dizer que em certo ponto, foi necessária a criação de tais objetos. Mas atualmente, no século XXI, a ciência e tecnologia parecem que deram um pulo enorme dos objetos necessários ao cotidiano para processos delicadíssimos, e nem sempre, éticos. Um exemplo bem atual são as novas pesquisas que visam “criar” bebês geneticamente selecionados, ou seja, bebês pensados e arquitetados pelos seus pais. Os pais escolhem a cor dos olhos, o sexo e ainda, se quiserem, podem adicionar músculos aos seus filhos. Outro exemplo, é a criação de um tipo de televisão capaz de mandar ondas neuro-cerebrais para seus telespectadores, podendo despertar sentidos como o olfato. Estas são descobertas sem dúvida muito avançadas, mas que também podem ser muito bem questionadas. Digo isto, porque acredito que a tecnologia está avançando assustadoramente rápido nos últimos anos. A tecnologia sim, os seres humanos, não. Na verdade, parece que conosco o que está acontecendo é o contrário: estamos em fase de retrocesso. Retrocesso moral, claro.
brgerhehTodos os dias, tirando as tragédias, presenciamos situações absurdas serem consideradas como “normais”. Não vou nem citar como exemplo os assaltos, porque já virou clichê. Talvez, deva citar nossas atitudes robóticas e pré-programadas. Ou ainda nossa falta de senso crítico. Mas não irei fazê-lo, para não prolongar esta discussão. O fato é que, nossa razão que era o fator essencial que nos diferenciava dos outros animais, está por um fio. Eu não vejo razão, por exemplo, em alguém que mata por algumas cédulas de papel. Também não vejo razão em pessoas que se humilham na frente de um país inteiro para ganhar um prêmio. Não, não vejo razão nessas lástimas. Então, o que estamos nos tornando? Animais irracionais? Seres que fingem ser a civilização quando na verdade somos a ruína da mesma? Ou estamos apenas desorientados com a quantidade de informação que recebemos no dia-a-dia? É uma possibilidade. Quem sabe, até relevante. Mas não é justificativa para atos tenebrosos. Talvez o instinto de sobrevivência que aparentemente tínhamos perdido com o tempo, voltou agora com toda a força. Simplesmente porque nossos centros urbanos não se diferenciam muito do que chamamos de selva. Aliás, não se diferencia grande coisa. Então, naturalmente, o leitor percebe a contradição: “mas se você acabou de falar que nossa tecnologia está nas alturas, como pode afirmar que estamos em fase de retrocesso moral?”. A resposta a esta pergunta é bem simples: estamos sim, adiantados na tecnologia. Sabemos planejá-la, sabemos criá-la. Mas sabemos usá-la? Sim? Bom, irei lembrar ao leitor um fato: 1938, descoberto o processo de fissão nuclear, já citado. Sete anos depois, o desastre de Hiroshima e Nagasaki. O que quero dizer é: temos maturidade para usar o que criamos? Somos capazes de conhecer nossos limites? São perguntas que venho fazendo. E é bem interessante ver a resposta a esta pergunta em meu dia-a-dia quando, por exemplo, eu vejo uma ferramenta virtual que deveria ser utilizada para que tivéssemos nosso espaço de divulgação na internet, sendo usada para humilhar e às vezes até ridicularizar desgraças alheias. É talvez até frustrante saber que não se pode mais cair ao chão ou escorregar tranqüilo em uma poça d’água, sem que no outro dia o seu incidente esteja sendo visto como piada em todo o mundo. Mas este é apenas o menor dos problemas. Eu fico imaginando o que poderia ser feito com uma televisão capaz de influenciar o nosso cérebro. Talvez aí o estrago fosse bem maior.
bsfbsfbsA verdade é que a ética e a tecnologia são como uma criança ingênua e um adulto vivido. A criança olha de baixo, tímida e inferior, porém em fase de desenvolvimento moral, para o adulto. O adulto, olha a criança de cima, robusto e superior, mas com a moralidade perdida. A ética é uma criança em desenvolvimento (ou talvez um Benjamin Button vivendo ao contrário) e a tecnologia, o adulto que não questiona os seus atos e se acha auto-suficiente quando na verdade não o é. Para que continuemos avançando no mesmo ritmo, ou até em um ritmo superior, é preciso que nossa consciência avance também. É preciso que saibamos utilizar com responsabilidade as ferramentas que temos nas mãos. Precisamos saber que a ética vem antes e a tecnologia, depois. Precisamos de reflexão. De pensar e filosofar mais. Ou fazemos isto, ou nadaremos como cegos. Em um mar de tubarões.

domingo, 18 de janeiro de 2009

A série Crepúsculo


[pafdo] O último fenômeno “teen” das telas de cinema e dos livros vem trazendo discussões adversas sobre o motivo de tanto sucesso. Alguns elogiam, usando como justificativa o “ímã” que faz com que o leitor se prenda a história do início ao fim, outros criticam, dizendo que é apenas mais uma febre do mundo jovem que logo irá se dissipar. O fato é que o sucesso desta história de amor com vampiros é incontestável. Mas o que justifica este sucesso?
[pádfo] A paixão de um vampiro por algum humano não é nenhuma novidade para o cinema. Na verdade, a maioria dos filmes que envolvem vampiros possui um dilema como este. Exemplos são Anjos da Noite, A rainha dos condenados etc A diferença, porém, é que nestes filmes nunca o amor entre ambos era o assunto principal. Este dilema era algo mais secundário. Em Crepúsculo, é o tema principal e mais contagiante. Mas é por isso que ele obteve tamanha aceitação? Pode até ser, mas nunca seria o único motivo. Outro aspecto no romance que é incontestável é a veracidade das características das personagens presentes no mesmo. Tão reais que há momentos em que o leitor se esquece que a narrativa é mera ficção. Alguns fãs se envolvem tanto, que acabam se interessando e acreditando realmente na existência de vampiros com as características do livro. As garotas são as que mais se interessam, principalmente porque um dos personagens centrais, Edward Cullen, um vampiro apaixonado, é um jovem romântico e que faz de tudo para agradar sua amada, espécie de jovem que está claramente em extinção. É aí que, em minha opinião, está a fórmula que justifica o assombroso sucesso do livro.
[dpáfo] Não é novidade para ninguém que as últimas gerações perderam quase que totalmente o seu romantismo. Isto está claro em tudo que há ao nosso redor: na atitude juvenil, cada vez mais agressiva e superficial, nas telas de cinema, que exibem cada vez mais comédias fúteis de humor negro, e nos programas de televisão, que também cada vez mais estão adquirindo valor cultural totalmente desprezível. O mundo está se tornando vulgar e obsceno. As pessoas agem mais por conveniência do que por qualquer outra coisa, desprezando os sentimentos e o interior das pessoas ao redor. Resultado disso? Alienação e desespero. Os jovens procuram, mesmo que inconscientemente, sentido no mundo e nas pessoas. E não há nada que faz mais sentido no mundo que o amor. O amor é, sem dúvida, o sentimento mais nobre desse planeta. Pode ser um pouco difícil achar-lo nos homens. Mas neste livro, é o tema central. Todas as ações dos protagonistas são movidas pelo amor. E é o que os jovens mais precisam no momento! Qual foi a última vez em que um filme que envolvia tanto romance foi sucesso de bilheteria? As produções que dão boa margem de lucro hoje em dia são de super-heróis, de guerras nucleares, de agentes secretos. Mas não de amor. E é isso que estamos procurando sentir, em uma busca cega e desesperada.
[pdarfo] Se o amor dos protagonistas não fosse tão intenso e puro, nunca haveria sucesso. Isto é muito raro no momento já que estamos na triste época do prazer instantâneo e unicamente físico. O prazer espiritual é o que ninguém mais se esforça em obter, e ironicamente, o que mais necessitamos e queremos. Se não tivéssemos em tempo tão precário, duvido muito que haveria tanto sucesso do livro, já que seria apenas uma história simples e de um amor comum. Mas infelizmente, não é.
[pdáfo] A mistura do tom descontraído e a vitalidade dos personagens adolescentes no romance, garantem a popularidade entre o público juvenil. Depois, é apenas observar o sentimento e o apelo por ele presente na narração, que o leitor saberá a causa de, em todas as idades, ele está sendo tão bem recebido.